Haddad, que foi demitido nesse domingo pela população de São Paulo, deixa como legado uma cidade muito diferente daquela que encontrou quando assumiu a prefeitura.
Essa São Paulo que ele ajudou a construir é mais civilizada do que a que ele encontrou em 2013. Essa São Paulo tem ciclovias e muitas bicicletas circulando, tem mais corredores de ônibus e mais fluidez para o transporte público. Eu mesma, que pouco o usava, hoje deixo meu carro parado a ponto de já ter que ter trocado uma bateria. A ideia de vender o carro é, aliás, tentadora, mas como tenho uma cabaninha fora de São Paulo, ele me é útil.
Essa São Paulo de Haddad convida a periferia a entrar no centro, e leva o centro à periferia através de viradas culturais que teimam em nos misturar para fazer brilhar o que temos em comum e ofuscar nossas diferenças. É uma cidade mais comunitária e humanitária.
Ela trata o viciado em crack com dignidade e o inclui socialmente através do programa De Braços Abertos, que levou à sólida diminuição do número de usuários e à diminuição de roubo de veículos (80%) e de furtos (30%) na região — segundo a PM.
Ela olha para a população marginalizada e tem o Transcidadania, um programa que trabalha com a inclusão social de travestis e transexuais oferecendo a eles dignidade e espaço.
Essa nova São Paulo educou e civilizou o trânsito nas ruas com a instalação de radares e impondo limites de velocidade. Como tenho sobrinhos adolescentes que se movimentam de carro para cá e para lá saber que os radares estão por aí e funcionando me deixa mais segura. Mas nesse cenário os números falam de forma bastante eloquente: só nas marginais a lentidão caiu 10% e, mais importante, as mortes tiveram uma diminuição de 32%.
O prefeito recém-demitido deu também umas pisadas na bola, especialmente com os sem-teto, motivo de um texto altamente crítico que publiquei aqui.
Tudo somado, a verdade é que Fernando Haddad foi, de longe, o melhor administrador municipal dos últimos anos.
Mas como acontece na vida corporativa, algumas demissões são estupidamente injustas também na vida pública, e a de Haddad é, para mim, um desses casos.
Só que o tempo trata de colocar as coisas em ordem e um político íntegro, moderno e inteligente como Haddad vai voltar a ser eleito mais cedo do que tarde. Talvez para coisas ainda maiores.
Então, meu caro Haddad, muito obrigada pelos serviços prestados. Você foi grande e será lembrado.
Gracias Haddad pela falta de médico na UBS Heliópolis que me fez ficar 3 horas para ser atendido. Gracias Haddad pelo abandono do Terminal Sacomã com seus banheiros sem papel higiênico. Gracias senhor Haddad pela falta de fiscalização com o barulho do pancadão e do forró nas madrugadas.
Parabéns pela falta de fiscalização nos ônibus sujos, sem cobrador, pela leniência com os eleitores do heliópolis que não respeitam os pedestres.
O distrito do Ipiranga não é só Heliopolis senhor Haddad, demos a nossa resposta nas urnas : 61% da nossa região rejeitou a ditadura da minoria.
Tchau Haddad e viva o Ipiranga.
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Espero que você tenha a coragem de vir aqui 4 anos depois e fazer novos agradecimentos… a lista será interminável acredito eu…
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Se acabar com o pancadão já terá sido o suficiente para mim.
A propósito, o que o senhor achou da Arca do Futuro?
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Concordo inteiramente com o texto, muito bom, O prefeito Haddad é de longe o melhor prefeito que São Paulo já teve, tem visão de futuro, inteligente e honesto, mas aqui em São Paulo, eu não entendo, parece que o povo quer o pior, é obcecado pelo PSDB, e faz tudo o que a Globo manda, parece um monte de carneirinhos. Nunca vi gente tão mal informada. Que pena.
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